Loja de Música.

Onde se podem encontrar todos os tipos de instrumentos e CD's para todos os gostos musicais.

Colaboradores Full-time: Adam Murray
Colaboradores Part-time: Charles Montesserau

Cheguei ao que seria o meu local de trabalho, no entanto, antes de entrar verifiquei se era aquela loja, pelo nome. Sorri, por ser relacionado com música que por acaso corria-me nas veias. Eu gostava de compor, de cantar, de tocar um ou outro instrumento, mesmo que não fosse assim algo por ai alem, mesmo que não fosse Ludwig van Beethoven. Entrei dentro da loja e cumprimentei o gerente que por ali estava. Ele tinha daquelas barbas enormes de metal, uma pança um bocado grande e camisola preta. Pelos vistos sim, eu tinha o perfil adequado a uma loja daquelas. O que mais me deixou feliz foi o facto de não usar farda ou qualquer tipo de uniforme. O sr explicou-me todos os procedimentos, todos os instrumentos e como estava organizada a loja, mostrou-me também a sala onde podíamos colocar as nossas coisas, que, por acaso, era uma mini sala que quase não havia espaço nenhum e onde estavam afixados os horários e os turnos de cada um. Assinei o contracto e pus-me a trás do balcão a espera que alguém entrasse, facto que, não demorou muito tempo. Mas não pude atender ainda ninguém porque estava em formação e por isso assistia como é que as coisas eram geridas por ali (era quase parecido a trabalhar num café ou num supermercado que foi o que me acontecera em Londres) no entanto, ali tinha de saber sobre os temas ao pormenor. Pus-me a estudar e a ler sobre as guitarras.

Juro que não. É que ela nem valia o meu precioso tempo enquanto esperava por clientela na loja. Estava a adorar trabalhar naquela loja porque tinha tudo a ver comigo. A música tinha a haver comigo. Estava recuperado da ressaca de ontem, o que era óptimo porque acabei por me embebedar sozinho. Enquanto estava atrás do balcão, vi um rapaz entrar. Coloquei o meu sorriso para ver se podia ajudá-lo. Tinha um estilo que não se via todos os dias, mas não chegava a ser tão extravagante como o meu. Foi então que reparei que ele também trabalhava ali. E pelo calendário que tinha estudado nos meus tempos de seca na loja, visto que era um full-time, reparei que ele ia trabalhar muitas vezes comigo. Apertei-lhe a mão.
- Adam – sorri.

Fiquei a ver a clientela passar e, de vez em quando, quando era demasiadas pessoas ao mesmo tempo na loja, o que era frequente, íamos os dois atender e ajudar. Acabamos por vender algumas coisas, especialmente guitarras. Por fim, no que parecia ser uma pausa por termos a loja as moscas, Charles decidiu colocar um CD para passar na loja, que, não só servia de música ambiente mas também para cortar um pouco o tédio que por ali se passava. Decidi, sentar-me no banco que estava ao balcão e jogar minesweeper no computador da loja. Ouvi com atenção o que o rapaz disse e acenei. Óbvio que gostava de música, compunha e respirava música e convinha que para trabalhar numa loja de música fosse gostar dela. Depois, enquanto tentava decifrar onde é que estavam as bombas no jogo, respondi.
-Rock – generalizei porque gostava desde o punk-rock, indie-rock, pop-rock ao rock-alternativo.
Encolhi os ombros. Gostava de música em geral. Ouvi o som que dava na loja em silêncio. Sorri, porque curiosamente sabia a letra da música, e por isso abanei a cabeça e cantei baixinho o som enquanto falhava uma e outra vez no jogo de computador. Por fim reparei que era hora de ir embora, porque tinha parte da tarde livre. Sorri e levantei e agarrei no meu casaco.
-Bem, o meu horário terminou, espero que dês conta do recado, até amanhã – despedi, coloquei os fones, agasalhei-me bem porque parecia o tempo de Londres e fui para a estação de autocarros para ir para casa.