Sala de Cinema.

Enjoy the movie!

Mostrou o bilhete à pessoa que estava lá e este rasgou um pouco, passando o bilhete de novo para as mãos de Lily. Sempre com um sorriso no rosto, viu qual era a fila e qual o numero da cadeira. Mas senti que alguém se mandou contra si, entornando um pouco de coca cola no chão Aiii Olhou e viu o rapaz da bilheteira Não faz mal, recompus-se e vendo que ele lhe estava a dar passagem, passou a frente dele com um sorriso. Olhei para o meu bilhete, era a fila G, cadeira treze. Bem, nem era no meio mas tinha uma boa vista. Colocou a coca cola na cadeira, no suporte e agarrou no telemóvel e entreve se a mexer nele até o filme começar. Mas o rapaz estava mesmo ao seu lado e perguntou-lhe se podia sentar se ali. Encolheu os ombros Claro, senta-te. concordou com um sorriso.

- Claro, senta-te - Respondeu-me encolhendo os ombros e voltando a fixar o pequeno ecrã do telemóvel. Recordou-se de Mia na noite anterior, também a mexer no telemóvel. Cheguei à brilhante conclusão que, fosse em que mundo fosse, as raparigas teriam sempre os telemóveis como melhores amigos. Agora que pensava nisso, nem sabia do meu, estava no modo silencioso e devia ter dezenas e dezenas de chamadas não atendidas da mãe. Tinha sido por isso que tinha resolvido desligar o VoiceMail, para não ter que ouvir trinta mensagens de voz da mãe, a perguntar por todos os pequenos detalhes insignificantes do seu dia.
Sentei-me desocontraidamente no duro assento em que me encontrava e quando comecei a comer as pipocas, perguntei-me como seria suposto travar amizade com as pessoas, se estas passavam a maior parte do tempo com os olhos postos no telemóvel.

Lily mexia no telemóvel mas não tinha noticias de Tyler. Mordeu a bochecha e acabou por desligar o telemóvel. Não ia fazer uma cena por ele não lhe responder, apenas o conhecia a umas semanas além disso, não eram nada um ao outro. Mas ela gostava... Abanou a cabeça.
Suspirou e olhou para o rapaz que estava ao seu lado a comer pipocas.
Gostas de cinema? olhando agora melhor para ele: na maneira como estava vestido e a sua expressão de cara. O filme ainda não começara por isso porque não falar um pouco, além disso o rapaz não era lhe familiar, nunca o tinha visto ali na cidade talvez fosse novo.
bem, e o filme começou.

Estava distraído com os anúncios estúpidos que passavam na tela antes dos trailers. Aqueles tipo tv por cabo, preservativos e assim, por isso fez uma expressão ligeiramente aparvatada quando ouviu a pergunta da rapariga.
- Gostas de cinema? - Fora a pergunta. Mastigou rapidamente as pipocas que tinha na boca, tentando não se engasgar.
- Sim, adoro cinema - Respondeu - Tenho uma colecção enorme de filmes em casa - Concluiu a sua resposta ficando a olhar a rapariga, agora mais pormenorizadamente. Tinha uma tez bastante clara, de modo que a luz que incidia sobre ela fazia com que emana-se um halo, como se estivesse a brilhar. Além disso, a maneira como tamborilava os dedos no braço da cadeira e o facto de estar a rodar o telemóvel na mão, dava-lhe a entender que estava nervosa. Não se sentiu à vontade para perguntar porquê. Não a conhecia e não queria parecer um cuscuvilheiro intrometido.

Lily sorriu mais descontraída, bebendo um gole de coca cola, quando via os anúncios Não diria nada que nada que serias um toto de gostos cinematográficos... mas Lily mordeu o labio e virou se para ele Desculpa, digo isto pelo teu... Estilo, diria que eras mais fã de outras artes... Sorriu lhe e virou-se para a frente, focando na tela, e tentando se concentrar no filme. Gostava de ir ao cinema, assistir a um bom filme em boa companhia. Muitas vezes a sua companhia era o pai, agora desde que casou, nunca mais pode partilhar nada com ele, nem uma ida ao cinema. Mas isso era passado.
Sentiu que faltava qualquer coisa, que se tinha esquecido de algo Ah virou-se de repente para o rapaz Sou a Lily, já que estamos aqui a trocar meia dúzia de frases seria simpático da minha parte apresentar me Fez um sorriso fofo e voltou para a tela.

Sorriu ao comentário atrapalhado de Lily. Sim, era habitual que as pessoas lhe atribuíssem outros gostos e não um gosto sério - por assim dizer - como o cinema.
- O meu nome é Thomas, ou Tom se preferires - Retribuiu, estendendo a mão à rapariga em sinal de cumprimento. Normalmente as pessoas atribuiam a ideia errada ao seu estilo. As roupas largas que gostava de usar por vezes davam-lhe um ar de dealer e não o de um rapaz de família. E era-o de facto. O mesmo acontecia com as longas tranças que lhe caíam sobre os ombros. Mas as pessoas acabavam por descobrir, após contacto um mais próximo, que ele não passava de uma pessoa normal. Talvez um pouco mais rico do que a maioria ou com uma casa maior ou com uma carro melhor, mas mesmo assim, era um rapaz normal.
As luzes da sala apagaram-se. Sorriu uma última vez à rapariga sentada ao seu lado e começou a prestar atenção à tela de cinema, onde começaram a passar trailers das novas estreias mais faladas. Um formigueiro de curiosidade e ansiedade em relação ao filme começou a formar-se no seu interior.

Depois de ouvir como ele se chamava, Lily sorriu e fixou-se na tela à espera do DiCaprio. Não é que fosse uma fã tresloucada pelo actor, apenas o achava um actor brilhante, charmoso, romântico. Apaixonara se por ele quando viu pela primeira vez no Titanic. Derramou lágrimas e mais lágrimas quando Jack salva Rose, obrigando a prometer que ela vai resistir ao frio e não se esqueça dele, mas depois quando ela acorda e ele está morto tentando acorda lo ele esta congelado e começa a afundar naquele mar gelado. Lily chorar baba e ranho. Não gostava daquele fim.
Concentrou-se no filme que estava a passar.
O filme tinha cenas muito bem feitas, com as paragens no tempo, os sonhos, um mundo irreal para Lily. E achou que Dicaprio podia estar mais velho mas estava com óptimo aspecto. Suspirava sempre que ele aparecia em tela. E depois a rapariga do Juno, não lhe agradou que ela estivesse ali ao lado do seu actor. Mas adorou o filme. Houvera partes que levou a mão ao peito, mexendo no colar.
Thomas tinha acertado. Era um excelente filme. Teve pena da rapariga da bilheteira, seria que ela gostaria de ter assistido ao filme, inquiriu Lily quando as luzes voltaram a acender. Suspirou e sorriu.
Adorei o filme! Não estava a espera que fosse assim disse mais para si do que para Thomas, virou-se para ele Tens bom gosto! Amei! olhou as horas Já está tarde... Não pensei que acabasse tão tarde suspirou. Tinha que voltar a colocar o sono em dia Bem, tenho ir, obrigada pela sugestão, para a próxima que quiser vir ver um filme, eu falo contigo e tu aconselhas me um filme agarrou na mala.

Fez um aceno de cabeça à rapariga como quem dizia 'Não tens de quê' e sorriu. Ficou a vê-la afastar-se até finalmente desaparecer pela porta da sala de cinema.
Ainda ficou um pouco sentado no assento desconfortável, enquanto mastigava as últimas pipocas. Aquele filme fazia de facto juz à fama que tinha, e era capaz de ser mesmo o melhor filme do ano. Claro que era preciso abstrair a mente, mas à parte disso era muito.
Levantou-se preguiçosamente e quando saiu - pôde ver que era a última pessoa a abandonar a sala - deitou o copo alto de Cola e o balde vazio das pipocas no lixo. Também reparou que as luzes já estavam apagadas e que a rapariga do balcão já não estava lá.

Tarde

Cheguei ao cinema pronta para mais um dia de trabalho, desta vez só ia trabalhar até as 22h. Enquanto vestia a farda ficava a pensar que fora ali que conhecia -até agora - a minha unica cara conhecida nesta nova cidade. Lembrei-me de sexta a noite assim que ele me fora colocar a casa e acabamos por falar de várias coisas. Já sabia que se queria boleia, era só ligar-lhe, mas isso não era muito a minha onda, abusar dos outros. Sorri aos meus própios pensamentos e depois com uma música em tom baixo que estava a dar na rádio fui servir a carrada de clientes que se avisinhavam para os novos filmes que extrearam. Como não era a única fiquei na zona de pipocas e bebidas a servir os pedidos. Dava tudo para ir ver um filme.